Durante o mês de abril, o Rio Grande do Norte experimentou um período de chuvas abaixo da média, com a maior redução sendo observada nas regiões do Agreste, que registraram um desvio de -69,0%. Em todo o Estado, a precipitação foi 55,1% inferior ao esperado para o mês, o que gerou preocupações sobre o impacto no abastecimento de água e na agricultura local. A falta de chuvas foi mais evidente nas regiões Oeste e Central do Estado, áreas que tradicionalmente recebem o pico do período chuvoso entre os meses de março e maio. 6ci11
Em contraste, o Seridó Oriental, o Alto Oeste e o Litoral Leste ainda receberam algumas precipitações, embora insuficientes para repor a água nos reservatórios e manter os índices de umidade do solo necessários para a agricultura. Esse cenário de escassez hídrica tem trazido desafios para a agricultura, que depende de um bom volume de chuvas para o cultivo de alimentos e para a recarga dos reservatórios hídricos que abastecem as cidades do interior potiguar. Além disso, a redução na quantidade de chuvas tem gerado problemas para a pecuária, especialmente no que diz respeito à disponibilidade de pastagens para o gado.
Para o mês de maio, as previsões meteorológicas indicam uma continuidade da diminuição das chuvas nas regiões Oeste e Central, com o encerramento do período chuvoso nesses locais. O interior do Estado deve viver um "veranico" — um período sem chuvas, típico no fim do ciclo de precipitações, que ocorre no segundo semestre do mês de maio. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que normalmente favorece as chuvas no interior nordestino, começa a perder força na região, indicando o fim do ciclo chuvoso.
No entanto, o Leste do Estado, principalmente as regiões Leste e Agreste, podem vivenciar mudanças mais significativas a partir da segunda quinzena de maio. A expectativa é que as condições climáticas melhorem, com o aumento da umidade e o retorno das chuvas, já mais típicas do período de transição entre os meses de maio e julho. Isso ocorre devido à influência das condições termodinâmicas do Oceano Atlântico Sul, onde a posição do Centro de Alta Pressão do Atlântico Sul pode modificar o padrão dos ventos de sudeste, criando instabilidades propícias à formação de chuvas.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (EMPARN), as previsões para o período de maio a julho apontam para chuvas dentro da média ou ligeiramente acima do normal nas regiões Leste e Agreste do Estado. Para o Oeste e Central, no entanto, a expectativa é de chuvas abaixo da média, com o encerramento do ciclo de precipitações.
A redução nas chuvas impactou diretamente os reservatórios de água do Estado, que estão com níveis abaixo do esperado para este período do ano. A falta de recarga das barragens pode afetar a oferta de água para consumo humano e a produção agrícola, gerando um cenário de escassez que deve ser monitorado de perto pelas autoridades estaduais.
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